13 maio 2012

Diante de um cenário de fakes


Como se não bastasse dar conta de criar novas coleções em prazos limítrofes, antecipar em média de 6 meses as propostas das novas temporadas, satisfazer a expectativa de um público sedento pelo novo “incrível”, os designers tem que lidar com as descaradas cópias aos seus trabalhos. Lançando suas versões em tempo record, as fast fashions, espalhadas pelo mundo a fora, disponibilizam seus fakes antes mesmo dos originais chegarem as suas lojas.

COMO LIDAR?

Essa corrida desenfreada alimentada por nós da generation now tem frustrado muitos criadores de moda que já começam a se perguntar até quando em sua carreira vale a pena participar de semanas de modas nos moldes tradicionais. O que fazer quando sua coleção chega as lojas já ultrapassada?!

E não há quem me tire da cabeça que esse foi um dos motivos para um dos  meus estilistas favoritos, Ronaldo Fraga, ter tirado férias das runways brasileiras usando como máscara política o novo projeto de um futuro livro. Mais parece uma estratégia para evitar inconvenientes com os donos da moda do país-colônia.

Eu bem que compreendo esse possível desconforto do Fraga diante de semanas de moda que parecem brincar de "O Rei Mandou" tornando tudo tendência e incentivando dessa forma a popularização e desgaste precoce. E o Ronaldo faz parte de um dos poucos profissionais movidos por uma liberdade poética que extrapola a caça de novas previsões.

Por esses motivos as parcerias com as grandes lojas de departamento estão em ascensão e reflete um sucesso absoluto de vendas. É como se os designers dissessem: Ok, eu faço uma coleção para vocês, desde que vocês não copiem a outra...

A solução tem sido rentável para todos! Mas será que esse novo business obriga os estilistas a essas parcerias? Seria isso ou a pirataria legitimada? Quem está pensando em novas soluções para a irremediável roleta russa da próxima estação?

Quanto a nós, atire a primeira pedra quem não compra sua versões da moda mais baratas nas lojas sem vendedores chatos no seu pé?! Eu compro! E vou continuar comprando... só que aí os motivos que me movem a essa escolha são outros, e isso é uma outra história!

O que me interessa é assistir quais as novas futuras providências que o sistema irá adotar para agradar “gregos e troianos”. As fast Fashions vão desfilar, a exemplo da Topshop, que criou sua própia linha, para os fashion shows? Será que estamos prestes a viver semanas de desfiles cujos lançamentos serão imediatos e portanto arriscados? Acredito que a crítica iria gostar bastante desse novo modus operandi!

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