Como se não bastasse dar
conta de criar novas coleções em prazos limítrofes, antecipar em média de 6
meses as propostas das novas temporadas, satisfazer a expectativa de um público
sedento pelo novo “incrível”, os designers tem que lidar com as descaradas
cópias aos seus trabalhos. Lançando suas versões em tempo record, as fast
fashions, espalhadas pelo mundo a fora, disponibilizam seus fakes
antes mesmo dos originais chegarem as suas lojas.
COMO LIDAR?
Essa corrida desenfreada
alimentada por nós da generation now tem frustrado muitos criadores de
moda que já começam a se perguntar até quando em sua carreira vale a pena
participar de semanas de modas nos moldes tradicionais. O que fazer quando sua
coleção chega as lojas já ultrapassada?!
E não há quem me tire da
cabeça que esse foi um dos motivos para um dos meus estilistas favoritos, Ronaldo
Fraga, ter tirado férias das runways brasileiras usando como máscara política o novo projeto de um futuro livro. Mais parece uma estratégia para evitar
inconvenientes com os donos da moda do país-colônia.
Eu bem que compreendo esse
possível desconforto do Fraga diante de semanas de moda que parecem brincar de
"O Rei Mandou" tornando tudo tendência e incentivando dessa forma a
popularização e desgaste precoce. E o Ronaldo faz parte de um dos poucos
profissionais movidos por uma liberdade poética que extrapola a caça de novas
previsões.
Por esses motivos as
parcerias com as grandes lojas de departamento estão em ascensão e reflete um
sucesso absoluto de vendas. É como se os designers dissessem: Ok, eu faço uma
coleção para vocês, desde que vocês não copiem a outra...
A solução tem sido
rentável para todos! Mas será que esse novo business obriga os
estilistas a essas parcerias? Seria isso ou a pirataria legitimada? Quem está
pensando em novas soluções para a irremediável roleta russa da próxima estação?
Quanto a nós, atire a
primeira pedra quem não compra sua versões da moda mais baratas nas lojas sem
vendedores chatos no seu pé?! Eu compro! E vou continuar comprando... só
que aí os motivos que me movem a essa escolha são outros, e isso é uma outra
história!
O que
me interessa é assistir quais as novas futuras providências que o sistema irá adotar
para agradar “gregos e troianos”. As fast Fashions vão desfilar, a exemplo da
Topshop, que criou sua própia linha, para os fashion shows? Será
que estamos prestes a viver semanas de desfiles cujos lançamentos serão
imediatos e portanto arriscados? Acredito que a crítica iria gostar bastante
desse novo modus operandi!
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